terça-feira, março 1

“Olhe, desculpe, não me dá uma informação?”

Bem sei que a pergunta pode estar mal formulada, quiçá até em termos semânticos, mas penso no entanto que qualquer um de nós, digno representante do afamado povo luso de “bons samaritanos”, a entende perfeitamente e está ávido por dar uma resposta à altura.
A situação é a seguinte: parado num semáforo, ansioso por descobrir a localização do edifício dos Correios numa cidade desconhecida e hostil… a vítima é escolhida ao acaso e a pergunta formulada segundo os cânones clássicos: “Olhe, desculpe, não me dá uma informação?”. A presa, afável, prontamente replica: “É claro, amigo”.

“Diga-me por favor onde ficam os Correios”

“Ora então é assim: o amigo está em sentido errado, vai ter de dar a volta lá em frente… depois segue sempre a direito passando até ao lado de uns prédios amarelos altos e novos junto ao Centro de Saúde. Continua sempre até chegar a uns semáforos… antigamente dava para ir para os Correios virando à direita mas agora não porque cortaram a passagem para a rotunda do repuxo. Portanto vira à esquerda. Segue uns 3 minutos até passar o Carrefour e depois não é na primeira, não é na segunda, na terceira dá mas é mais complicado, vira na quarta à esquerda… desce até ao fundo e “há-de” ver uma estátua em pedra muito bonita que até foi mandada fazer pela anterior autarquia, há até lá um café que tem uns matraquilhos porreiros e uma mesa de snooker que, embora esteja um pouco estragada, vai dando para os gastos… os Correios são mesmo ao lado”.