segunda-feira, abril 25

Palmadinha nas costas

Se há um gesto que identifica um português onde quer que ele esteja é, sem dúvida, a já consagrada “palmadinha nas costas”.
Instituída misteriosamente em Portugal em meados do século passado foi-se difundindo e enraizando na cultura lusitana. É impensável chegar a um tasco, reconhecer um compincha, velho companheiro da “bejeca”, e não o presentear com uma valente chapada no lombo. A intensidade varia, está claro. Quando se trata de um desconhecido ou de um parente afastado, a “palmadinha” deverá ser suave, demorada e acompanhada por um sorriso. Com as senhoras este gesto não é aconselhável embora passe absolutamente incólume se usarmos a delicadeza e doçura que as mulheres merecem… agora quando se trata de um amigalhaço que, de costas voltadas, saboreia calmamente o seu café, quanto mais força melhor! O gesto poderá ser acompanhado pela pergunta: “Então pá! O que andas a fazer por aqui?” (com ou sem “pá” no fim).