terça-feira, março 8

Velhos são os trapos

Um familiar meu, que passaremos a designar por A (para ocultar a identidade do tio Adriano), senhor pacato e educado, homem calmo e prestável, qualidades moldadas pelas suas 82 Primaveras, dirigia-se numa manhã de Domingo para a missa. Junto a ele parou um carro com dois jovens prontos a fazer troça do meu caro parente.
“Onde mora o Caralho?” – perguntou o ordinário que seguia no “lugar do morto”.
“Desculpe, não entendi” – respondeu A, pensando ter ouvido mal.
“Onde mora o Caralho?” – voltou a parodiar o pirralho.
Eis que, qual Charles Bronson do terceiro milénio, o nosso guerreiro A retorque:
“Mora no teu cu, cabrão!” e junta a estas palavras ásperas e merecidas um soco digno de atordoar o Mike Tyson, rebentando a frágil cartilagem do nariz empinado do engraçadinho.
Ala que se faz tarde, o carro arranca desvairado e com o olfacto de um dos ocupantes afectado por uns tempos…