segunda-feira, maio 1

Taxímetro

Se Conan – o bárbaro – tinha na espada de Crom a sua arma de ataque, José Bigodes opta pelo taxímetro para nos infligir um arraial de pancadaria digno de figurar nos anais da história bélica. De facto, cada viagem de táxi é mais uma iteração da genuína balada portuguesa “enrabado à força”.
Quando entramos no Mercedes e olhamos para o malfadado objecto, já este marca orgulhosamente valores na casa dos 2 euros. Não contente com isso, o taxista investe as suas unhas amareladas contra os 6 botões existentes na geringonça (num movimente que lembra um técnico informático deslindando a password de um banco) e, upa, eis que chegámos aos 3,5 euros e o carro ainda não se mexeu.
Escusado será dizer que, com todas as voltas acessórias que somos gentilmente convidados a fazer em redor do destino solicitado, a franquia a pagar segue inflando, qual frango alimentado a hormonas de crescimento.
O fim da corrida não significa o fim da odisseia, é de novo tempo de pressionar os botões do taxímetro e, zás trás pás, o valor a pagar acabou de duplicar.
Quando nos preparamos para entregar a nota azul ao nosso carrasco somos informados que, ao valor registado no visor, tem ainda de ser somado o complemento de transporte das bagagens.
Caso não se deixe gorjeta teremos de ”alombar" sozinhos com o resgate das malas, audaciosamente escondidas no fundo do porta-bagagem. Convém que esta manobra seja efectuada com o rosto protegido pois, mal a última mala toca no chão, somos brindados com uma gigante nuvem de fumo, proveniente de uma arrancada “à leão” do nosso amigo taxista.

8 Comments:

At 2:33 da tarde, Anonymous Anónimo said...

À Leão!!!

 
At 11:05 da tarde, Blogger Luis said...

Essa do "à leão"... eu que julgava que os taxistas eram do Benfica...

 
At 6:08 da tarde, Blogger Pacheco said...

Essa do "enrabado à força" foi daquela vez que não tinhas dinheiro, certo?

 
At 8:43 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Isso é preconceito!

Que eu saiba os Taxistas não têm de fazer o exame de Benfiquismo para se tornarem Taxistas.

 
At 1:42 da manhã, Blogger Luis said...

Caro xt,

Não é preconceito, é apenas e só a constatação da realidade. Os benfiquistas mais conhecidos são taxistas. Até os humoristas recorrem ao taxista para falar dos benfiquistas...

 
At 12:32 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Uma realidade cada vez menos confirmada.

Que eu saiba não conheço nenhum Benfiquista Taxista que seja famoso.

Até porque não conheço muitos taxistas, por não andar nesse tipo de transporte público.

Mas se se der o caso, não me esquecerei de perguntar, com a certeza de que serei surpreendido com a resposta de ele ser adepto do Naval ou o Palmeiras.

Existem dezenas ou mais clubes nacionais, sem falar nas centenas ou milhares de clubes ou associações desportivas ligadas ou não ao futebol, o que corresponde a uma grande aleatoriamente na resposta do hipotético suposto taxista.

Caríssimos!

 
At 12:44 da manhã, Blogger Luis said...

XT, começo a temer que ponhas aí uma distribuição estatistica de Gauss para depois extrair a média, o desvio padrão, ter um estudo genético e provares o teu ponto de vista...

Descontrai pá, afinal a Maria Rueff tem uma personagem que é um taxista que por acaso é benfiquista... Coincidência só pode não achas?

 
At 10:28 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Personagem criada para gozar de um estereotipo pre concebido.

Tal como no III Reich, os nazis por impulso do ministerio da propaganda encomendou a realização de filmes animados alusivos ao estereotipo de sionista. E claro que sao realidades distintas em q a unica coisa em comum são o conceito de esteriotipo.

Com isto não pretendo condenar o tratamento que os media fazem de estereotipos pois ainda seria acusado de ser contra a liberdade nos media, e entraríamos novo patamar de discussão que não pretendo explorar.

Apenas sei que não posso considerar os estereotipos um valor na sua essencia, positivo, mas por outro lado quer queiramos quer nao é um valor intrinsecamente ligado a todas as sociedades mais ou menos diversificadas. Nao tenho estudos em sociologia, mas penso que e um valor relacionado com algo com que possamos identificar de modo em geral bruto, grosseiro e em certos casos como o caso em “analise” (Taxista = Benfiquista ou vice versa) bastante desfasado da realidade.

Nota: o exemplo do 2º paragrafo nao foi escrito com o intuito de ser parafraseado ou comentado, apenas existe como exemplo de resposta, não e pois um topico que pretenda que seja comentado ou analisado numa perspectiva mais proxima dos acontecimentos contemporâneos dessa infeliz epoca.

 

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