terça-feira, abril 11

Quotas mínimas

A sociedade portuguesa permanece conservadora sendo que as mulheres, longe de constituírem uma minoria, estão ainda ausentes de muitos dos círculos de decisão. A assembleia da república é disso exemplo, o governo confirmação.
Assim, decide-se acabar com este mal enraizado e – zás trás pás! – quotas mínimas de mulheres no hemiciclo.
Estou inteiramente de acordo que o mérito, o currículo e a experiência sejam requisitos exigidos aos representantes da nação, parece-me contudo exagerado incluir “seios” e “vagina” na lista de atributos.
Analisando friamente a problemática põe-se a questão: estará a actual maioria de parlamentares, homens feios e maus, investida de méritos e superioridade intelectual sobre toda e qualquer mulher do país? A resposta é, evidentemente, não.
Porém, a imposição de regras artificiais poderá ocasionar um efeito dominó: transmontanos, pretos, indivíduos com cara de cu, licenciados em Engenharia Química, duendes da floresta, homossexuais, sócios da União de Leiria e revisores da CP terão também elementos capazes nas suas fileiras, ditando a coerência que os incluamos no genial enquadramento legal das quotas mínimas.

3 Comments:

At 2:06 da tarde, Blogger Cláudia Marques Matos said...

Peço imensa desculpa pela intromissão, não te conheço, mas sou amiga do João Pacheco e gostava de te dar a minha opinião sobre as cotas mínimas para as mulheres. Sendo eu uma mulher na política (pertenço à Juventude Socialista onde o ratio de mulheres é muito diminuto) digo-te que o argumento que dás do efeito dominó me preocupa e já reflecti sobre ele. Numa sociedade perfeita as cotas seriam inúteis porque seriamos todos cegos ao género e até à raça ou idade dos candidatos (a deputados por exemplo). Mas estamos longe da perfeição e, neste momento, uma mulher tem de ser 30 vezes melhor que um homem para obter o mesmo lugar! Para não falar que com isto o homem em geral continua convencido que não tem responsabilidades diárias para com a família (o que tem consequencias sociais) como a mulher sempre tem tido. Dito isto, sou a favor das cotas mas a título provisório. Até que todos nos concençamos que as mulheres têm de ser representadas, até que as próprias mulheres se motivem a ser activas na política e não só. Depois de mudada a mentalidade creio que será desnecessário. Cumprimentos, (www.sermaior.blogspot.com)

 
At 10:58 da tarde, Blogger DR said...

Aqui as opiniões de todos são salutares, obrigado pelo contributo :-)

 
At 10:16 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Ao optar por uma posição contraria ás cotas minimas, não estou a tomar uma atitude maxista.

Acredito que o merito e a qualidade devem prevalecer relativamente a números.

Não considero pois que esta seja uma forma de prestigiar a democracia.

Se é verdade que "uma mulher tem de ser 30 vezes melhor que um homem para obter o mesmo lugar", porque haveremos de querer mulheres menos aptas a representar as portuguesas e os portugueses? Porque haveremos nós de estragar uma média tão brilhante como a actual de mulheres politicas 30 vezes melhores que os homens politicos actuais?

Que venham mais e que venham por mérito!

 

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