terça-feira, janeiro 30

Pornografia infantil

Talvez seja por ter uma mente demasiado poluída com os chamamentos sexuais do quotidiano ou porque o peito da Alexandra Lencastre não pára de crescer, o certo é que ninguém me tira esta da cabeça: as cantilenas tradicionais portuguesas estão pejadas de elementos pornográficos.
Só para citar alguns exemplos, o que pretendem que pense quando escuto vigorosos provincianos vociferando “Ó malhão malhão” ou “Cá em baixo está o tiroliroló”?
O que não posso aceitar é que tal assédio descambe para os contos infantis.
A capuchinho veste-se de vermelho e resolve passear no meio de Monsanto, despertando o interesse do voraz lobo mau que, para evitar acusações de pedofilia, opta por devorar a avozinha acamada e tentar a sorte com 3 porcos falantes; A branca de neve teima em dormir com 7 dedicados mineiros numa cabana, com a miserável desculpa de que se esconde de uma madrasta esquizofrénica que fala com um espelho; O marquês de Carabás decide tomar banho no rio como veio ao mundo, deixando um pobre gato perplexo a tomar conta das suas botas, enquanto um rei astuto opta por inovar na alta-costura não se coibindo em mostrar as partes delicadas a todos os súbditos.
Tenham vergonha!