quinta-feira, março 9

E depois do adeus (a esta vida)

O mercado da morte está preenchido com duas soluções base: enterro clássico em caixão de madeira six feet under e cremação. Para ser franco nenhuma das duas hipóteses me agrada substancialmente.
A ideia de estar fechado numa caixa de madeira para o resto da eternidade, sem ar nem espaço, é por si só assustadora e clautrofóbica, escusavam de agudizar mais a situação soterrando a vala com uma montanha de solo compactado.
Cremar parece uma óptima ideia, especialmente para os amantes do churrasco, contudo as exigências feitas relativamente ao local de depósito das cinzas são cada vez mais rebuscadas levando a que o portador das mesmas opte por paraísos mais acessíveis como o jardim central da Baixa da Banheira.
Congelar é uma prática visionária, pode ser que daqui a uns anos seja possível ressuscitar os mortos, sendo de todo conveniente termos o cadáver apresentável para voltar à vida com alguma dignidade. Porém, se atentarmos ao que acontece com os bovinos, o mais certo é acabarmos na frigideira de algum ser que surja entretanto no topo da cadeia alimentar.
Embalsamar pode constituir uma boa opção, contudo a escolha da pose deverá merecer a máxima atenção, podemos ficar com cara de parvos para todo o sempre... ou com um sorriso galã e uma erecção duradoira! É hipótese a explorar.
Há ainda a solução luso-chinesa, que reporta para as consequências nefastas da congelação. O método consiste em esquartejar o corpo, cozinhá-lo e servir quentinho no shop-soy de porco.