quinta-feira, maio 25

Suplemento de combustível

A carga fiscal em Portugal é comprovadamente uma das maiores da Europa. O problema é que com este tipo de política económica se continua a asfixiar apenas a cada vez mais empobrecida classe média trabalhadora por conta de outrem, enquanto os profissionais liberais seguem cantando e rindo no seu BMW, bloqueando o levantamento do sigilo bancário e declarando o mínimo ao fisco.
Viajar surge deste modo como um escape para os problemas diários, o interromper de uma rotina de passeios cheios de merda de cão e de merda de gente.
No entanto, o acto de adquirir um título de transporte e estadia podem, por si só, militarizar qualquer pacifista.
Longe vai o tempo em que o preço de uma viagem era o propagandeado no panfleto promocional. A este tem de ser acrescido o suplemento single, pois a tarifa é calculada por defeito em quarto duplo. Seguem-se as taxas de aeroporto que, apesar de perfeitamente justificadas, não fazem sentido estar separadas do preço base do bilhete, a não ser que houvesse possibilidade do avião descolar de um galinheiro e serem os passageiros a realizar a pesagem, inspecção e transporte das bagagens para a aeronave.
A saga continua com a aplicação da taxa de reserva e de emissão do bilhete.
A mais recente invenção, difundida à velocidade de uma labareda num bidon de gasóleo, dá pelo nome de suplemento de combustível. Esta serve, segundo o discurso do fulano da Halcon, para pagar o jet fuel que, conta redonda e arredondada para cima, cada passageiro gastará por viagem.
Quer isto dizer que os aviões voaram anos a fio sem serem abastecidos?