sábado, agosto 19

Urinol

Numa época em que o marketing assumiu primordial importância, é com naturalidade que assisto ao esgrimir da virilidade por parte do que resta da velha guarda de coçadores da micose. Um homem tem que fazer pela vida e, quando as restantes qualidades não abundam, há que propagandear um pénis desmesuradamente grande, muitas vezes enrolado em volta da perna para não ser visto.
Como apenas duas ou três Anas Cláudias é que vão efectuar a verificação fálica, a dúvida permanecerá por muito tempo nas mentes imaginativas das mais fogosas donzelas.
Porém, o que os gabarolas se esquecem é que o derradeiro teste da masculinidade se processa diariamente, no urinol.
Pessoalmente, nunca gostei desse antro de macacos. A privacidade é quase nula, e é escusado fitarem o tecto e assobiarem, tentando proporcionar-me uma frágil sensação de isolamento. Por via das dúvidas puxo um escarro sonoro, não vá o meu “vizinho” pensar que sou dado a pegar de empurrão.
Para grande felicidade da comunidade gay, constato que os urinóis sem protecção lateral voltaram novamente a estar na moda. Basta, vou mijar para a sanita!