quarta-feira, fevereiro 7

O dilema da fartura

Estacionar o automóvel num parque público ou privado traz recorrentemente o mesmo dilema: qual o lugar mais próximo das escadas do centro comercial, mais “à larga” e junto a uma caixa de pagamento? Meus caros, tal rectângulo existe mas está ocupado pelo proprietário de uma 307 SW preta que se faz passar por deficiente, quando a única deficiência que tem é a de não compreender que as regras existem para serem cumpridas.
Partindo desse axioma, podemos tipificar duas situações comuns: quando procuramos um buraco num parque quase lotado e encontramos apenas um, ainda que bem apertado, avançamos impetuosamente para o garantir, num movimento vigoroso que afastará outros pretendentes; porém, quando reina a abundância e não resta um mas mais de uma vintena de avantajados casulos, hesitamos. Não ficaremos satisfeitos com nada menos que o melhor, pelo que prolongamos as buscas por cinco longos minutos até compreender, finalmente, que os lugares são todos iguais e que não merecem tanto capital de atenção da nossa parte.