domingo, janeiro 6

A “estrelinha”

Para se ganhar no futebol é necessário reunir um conjunto de factores: uma equipa raçuda e eficaz, um treinador disciplinador, uma massa adepta verdadeiramente fanática, um presidente aldrabão e com ligações ao submundo, arbitragens caseiras a la António Rola e, é claro, a “estrelinha”.
A “estrelinha” não é mais do que a encarnação física da sorte, sendo responsável pelas bolas que batem no poste (quer entrem ou saiam), pelos jogadores que se lesionam, pelas escorregadelas dos defesas centrais e pelo resultado da conversão dos pontapés da marca de grande penalidade.
Os dois grandes óbices da “estrelinha” são:
- Tão depressa aparece como desaparece;
- Se ganhámos, mencionar a estrelinha roubará brilho ao triunfo.

Estou seriamente tentado em usar “desculpa da estrelinha” nos meus afazeres profissionais. Para o próximo cliente insatisfeito reservarei o comentário: “Sabe, as análises que lhe apresentámos foram meticulosamente validadas, faltou-nos porém a estrelinha para que a recomendação final fosse a mais acertada”.