quinta-feira, novembro 24

“Entre aspas”

As aspas são uma das mais potentes ferramentas do discurso escrito e falado.
A maior barbaridade transforma-se num elogio, o corno insultado baixa o punhal quando o provocador argumenta que é tudo entre aspas.
O uso das aspas pode ser complementado com o sentido figurado. O funcionamento é semelhante ao da acção combinada do preservativo e pílula, se um falhar o outro impede que se tenha de abortar a situação, isto é, se a pessoa visada achar que mesmo entre aspas o comentário é desmedido, basta retorquir: “Mas meu amigo, era tudo em sentido figurado” e até nos abraçam calorosamente…

No entanto, a correcta aplicação das aspas tem muito que se lhe diga, pequenos enganos podem levar a conclusões perniciosas. Atente-se ao exemplo:
- O José Castelo Branco é “homem”.
Removidas as aspas a frase não faz qualquer sentido.