Ensino à bolonhesa
Longe vão os tempos em que ouvi falar pela primeira vez do tratado de Bolonha, estaria porventura a caminho bar da faculdade ansiando por uma torrada especial em pão saloio.
Alguns anos volvidos e muita asneira propagada sobre este acordo europeu, eis que o mesmo está prestes a entrar em vigor.
Os cursos estão longe da propagada reestruturação, desconhecendo-se que cadeiras se extinguem e quais se fundem, para desespero dos professores e júbilo dos alunos.
Nesta mega-receita de sucesso os ingredientes são picantes e altamente indigestos: as conversões de créditos (para além de todas as outras vicissitudes da transformação de um sistema pré num pós-Bolonha) deverão ser adicionadas às normais transferências inter-licenciatura, suspensões e regimes especiais, decretos-lei, portarias e regulamentos internos, multiplicados por todos os cursos e todas as faculdades.
O modo de preparação é simples, debater muito e decidir pouco, adiar e assobiar para o lado.
O cozinhado está prestes a ser servido... e viva o ensino à bolonhesa!
posted by DR @ 5:14 da tarde
12 comments
12 Comments:
Qnd não se sabe, não se fala... o ensino "á bolonhesa" já é uma realidade, quem terminar os 3 anos agora no final deste ano lectivo já sai licenciado em engenharia "qq coisa" ou ciencias da engenharia "qq coisa", dependendo do prestigio da faculdade...
Eu apesar de não saber muito tirei o meu curso no IST em 5 anos. O que fará se soubesse.
O tratado de Bolonha em Portugal apenas serve para renomear títulos.
Enquanto houver faculdades que aceitam alunos com médias negativas e que os passam a troco de umas notas, podem fazer mais bolonhesa que o povo vai comendo.
Ui! Ainda bem q me falas do tecnico que é um caso q conheço bastante bem por estar todos os dias em contacto com pessoas formadas lá! Mas isso dos 5 anos é algum feito histórico?! Como já te disse conheço muitas pessoas de lá e uma faculdade que permite ás pessoas fugirem das cadeiras mais trabalhosas, que em vez de todos os cursos fazerem um projecto final, dá outras hipoteses para se acabar o curso, devia ser a primeira a ser fechada mas como tem por detras o lobby dos tachos dos engenheiros da ordem, que estão ali a encher os bolsos enquanto orientam umas empresas, enganam o "zé povinho", q não conhece outras universidades, fazendo-se passar por um dos melhores. Só quando os recém licenciados saiem para o mercado de trabalho é que vêem que se calhar não era bem assim e que se andaram a esforçar para o boneco. Falo com conhecimento de causa, não meu mas, repetindo, de pessoas proximas... Quanto ao bolonha, acho muito bem, pelo menos assim as pessoas qnd entram para um curso começam desde inicio a serem orientadas para a sua vida futura e para a sua vocação, isto supondo que uma pessoa tira o curso daquilo que gosta, senão tem a oportunidade de mudar mais cedo.... Qnt ás medias, se não sabes, ficas a saber que nos tempos que correm quem não tirar nota positiva nas especificas não entra no ensino superior, quer publico quer privado...Resumindo, qnd n se sabe, n se fala...
Folgo em saber que dominas os métodos para fugir às cadeiras mais trabalhosas. Pena eu não os ter conhecido a tempo de evitar aquela segunda época mítica de Mecânica dos Meios Contínuos.
Tens razão quando afirmas que terminar um curso em 5 anos não é um feito histórico, para a próxima encarnação vou tentar em menos tempo e só com a mão esquerda.
Bem agora já se prende com um problema de leitura. Eu n disse que sabia quais as cadeiras trabalhosas no tecnico. Como disse, faculdade que permite ao aluno escolher a melhor maneira de fazer um curso, ou melhor, de se enterrar, não é uma boa faculdade e agora entra a parte escrita anteriormente... Ainda bem que já disseste que és de civil pq eu ia dizer que acabar o curso em 5 anos era uma grande coisa se tivesses tirado um curso de astrofisica ou quimica quantica ou electrotecnia ou eng espacial. Ai é que queria ver o 5 anos... Supostamente o topico era sobre o bolonha, e sobre isso tenho dito. Bem uma coisa é certa, o curso não te abriu a mente no sentido de aceitares que a mão de obra especializada com o bolonha vai melhorar e isso é bom para o pais...
Fica por saber qual o reconhecimento que o mercado vai dar a esses "técnicos", e a necessidade de os ter no mercado de trabalho.
Falta esclarecer qual é a diferença entre um licenciado actual e um futuro "mestre".
Falta esclarecer o que realmente mudou em termos curriculares, e que reconhecimento vão ter os nossos futuros "mestres", que agora vão ser a regra em vez da excepção.
Do que já observei, as mudanças parecem-me pura acção de cosmética. Espero estar enganado.
Bem já vi que a moral deste post que é, qnd n se sabe n se fala, n se aplica aos intervenientes... terá a ver com o estabelecimento de ensino?!
Respondendo ao Pacheco, a ordem está a tomar providencias para reconhecer, dentro dos limites possiveis, esses tecnicos para que comecem a pertencer á dita ordem, e aqui falo com conhecimento de causa. Não te esqueças que o bolonha não é mais que usar modelos de ensino já com alguns anos praticados noutros paises, nomeadamente nos paises do norte e nos EUA que possuem sistema semelhante... se calhar foi por isso que o world trade center caiu...
A diferença entre um licenciado actual e um mestre, é a tese que dependendo da faculdade e do prestigio da mesma, pode ser uma dissertação sobre uma materia especifica de um ramo leccionado nos ultimos 2 anos do curso. Resumindo os ultimos dois anos passam a ser uma especialização em vez de serem bases para uma vida futura...
Os futuros mestres não vão ser regra pois os ultimos dois anos são pagos exclusivamente pelos alunos que por sua vez precisam de concorrer a lugares vagos para esses ditos mestrados. Basicamente as faculdades com isto bem organizado, fazem com que os alunos tenham 3 anos que os preparem para o mercado de trabalho pois saiem de lá a saber tanto ou mais do que alguns licenciados de 5 anos, pois possuem desde inicio cadeiras relativas ao curso, imagina e pegando no exemplo do dr, a cadeira de mecanica de meios fluidos 1 passar para o segundo ano...
Por ultimo, em algumas faculdades, apenas aplicaram um pouco de base, pó de arroz e baton, e ficou td na mesma. Nesses casos quem paga são os alunos que no terceiro ano não conseguem fazer nada. Há outras que em vez de andar a ter cadeiras relativas á transparencia do vidro, essas cadeiras são juntas com outras, enfiadas nos 3 primeiros anos e fazendo com que o aluno tenha mais necessidade de estudar por si só e não se limite a ir apenas ás aulas, como tem acontecido...
Espero que tenham percebido... como disse isto varia de faculdade para faculdade...
Fica sabendo que conheço um moço que acabou o seu curso de engenharia Aeroespacial em 4 anos, é pois a excepção que confirma a regra.
A diferença entre o licenciado actual e futuro "mestre" vai ser a mesma que a do actual licenciado e o recém licenciado, ou seja a experiência de trabalho.
Sobre a temática de qual é ou não a melhor universidade, é uma temática discutivel, pois ambas formam profissionais aceites no mercado de trabalho seja pelo ISEL numa vertente mais Práctica que a da Nova por exemplo. O certo é que nenhuma bate o técnico na dificultação do ensino, pois no mercado de trabalho podem encontrar a benesse de vos darem papinha toda feita o que mtas vezes pode não acontecer, obrigando nos a desvios para alcançamos o objectivo final, um salário ao fim do mês.
Relativamente a:
"uma faculdade que permite ás pessoas fugirem das cadeiras mais trabalhosas, que em vez de todos os cursos fazerem um projecto final"
Se estou a perceber, referes-te da possibilidade de com um TFC evitar 3 a 5 cadeiras, fica sabendo que essa modalidade em Eng. civil é limitada, e nem é a mais escolhida pela maior parte do alunos finalistas.
[qnd n se sabe, n se fala...]
Embora seja limitada, permite ou nao?! ha pois... Sim pelos vistos esse moço de eng aeroespacial, como bem dizes é um feito historico, tal como eu tinha dito...
Relativamente a justificação que deste para o tecnico, epá sinceramente não percebi nada, como era de esperar pois não existe uma justificaçao credivel...
Falando do bolonha, sim pq é disso que se começou a falar, embora haja verdades q n podiam deixar de ser ditas, como os lobbys q muitas universidades teem, nomeadamente neste caso o tecnico, a diferença entre um licenciado e um mestre é que xegas aos paises europeus e és aceite como licenciado, eles chegam ca com os mm 5 anos mas com um regime em td semelhante ao proposto pelo bolonha e são pagos como mestres...
Relativamente ás faculdades que referiste não posso falar pq não tenho conhecimento, se tu tens, ou é pq andaste nas 3, coisa que duvido, ou é pq queres roubar o lugar do Tarot á Maya...
Heeee! Sim arranjas te para aqui uma bela algazarra... Epá ouvi falar em ISEL e n podia deixar de me meter ao barulho só para falar relativamente á dificuldade de ensino. Eis a seguinte situação: no sem passado estava mais um colega a estudar para uma oral. Esse meu colega andava num explicador que por sua vez leccionava no tecnico uma cadeira que correspondia á que estavamos a estudar. Quando o meu colega lhe mostrou o exame que fizemos, a reacção do professor no tecnico/explicador foi de exclamação proferindo de seguida que os profs daquela cadeira ali no isel eram malucos e que eles no tecnico nunca iriam fazer uma pergunta dakelas num exame pois os alunos não teriam conhecimentos suficientes para responder no exame.
Isto só pra contrapor essa frase da dificultação do ensino. Escusado será dizer que posso provar o que acabei de dizer.
Só mais um aparte, em 50 pessoas a fazer esse exame, passamos 3... ;)
...e mais, ja vi que isto é so pessoal trabalhador, a julgar pelas horas de cada comentario, devem tar a dar prejuizo as empresas... hahahah...
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