sábado, março 1

O poder do caseiro

Comer fora de casa é uma experiência que, consoante a escolha do local, se pode tornar numa agradável decisão ou numa atitude imprudente.
Dado que se generalizou a preocupação com a qualidade e frescura dos géneros alimentícios, os dignatários da hotelaria nacional não tiveram outra opção que não dotar as suas lides com um chavão que garantisse simultaneamente a integridade e qualidade dos preparados.
Mencionar “caseiro” é por isso avalizar sob palavra de honra que o bem servido é possuidor de atributos que farão corar o mais zeloso fiscal da ASAE.
Pessoalmente, confio a 100% nos processos mecanizados que a Revolução Industrial introduziu... Admitamos por momentos que “caseiro” esteja associado àquele pratinho de barro onde somos presenteados com um bacalhau “posta alta” a escorrer em azeite ou a um caldo verde ainda a fumegar, aprimorado com o bom chouriço do Alentejo. Como explicar então a supostamente “caseira” salada de frutas onde, por entre muita pêra e maçã, encontramos pedaços de pêssego em calda?