domingo, março 9

O bluff do bluff do bluff

O poker é muito mais do que o divertimento de cowboys batoteiros ou a perdição de casino de um chefe de família aposta o que não tem. A génese do vício é fundada nas infinitas possibilidades de vitória de quem possui um mão medíocre, pois este jogo não se resume a um mero exercício probabilístico.
Surge assim o bluff como a encenação que induz o nosso adversário a elaborar cenários errados quanto à valia das cartas que nos saíram em sorte.
A aplicação descontrolada da táctica do bluff gera um contra-ataque sintomático, basta inverter o modo de interpretar os indícios: “se ele me está a dar a entender que tem bom jogo... é porque não tem”.
Para colmatar este problema, surgiu o bluff do bluff, a reacção inteligente à mentira compulsiva: voltar ao comportamento primário para iludir aqueles que pensam que estamos a fazer bluff.
Pessoalmente, e após ter já jogado contra leigos e entendidos, tornei-me num devoto pregador do bluff do bluff alternado com o bluff do bluff do bluff. Ainda assim, sou demasiadas vezes apanhado em falso por indivíduos pouco versados nestes mind games.