segunda-feira, abril 25

Palmadinha nas costas

Se há um gesto que identifica um português onde quer que ele esteja é, sem dúvida, a já consagrada “palmadinha nas costas”.
Instituída misteriosamente em Portugal em meados do século passado foi-se difundindo e enraizando na cultura lusitana. É impensável chegar a um tasco, reconhecer um compincha, velho companheiro da “bejeca”, e não o presentear com uma valente chapada no lombo. A intensidade varia, está claro. Quando se trata de um desconhecido ou de um parente afastado, a “palmadinha” deverá ser suave, demorada e acompanhada por um sorriso. Com as senhoras este gesto não é aconselhável embora passe absolutamente incólume se usarmos a delicadeza e doçura que as mulheres merecem… agora quando se trata de um amigalhaço que, de costas voltadas, saboreia calmamente o seu café, quanto mais força melhor! O gesto poderá ser acompanhado pela pergunta: “Então pá! O que andas a fazer por aqui?” (com ou sem “pá” no fim).

quinta-feira, abril 14

Cavalos dB

Para quem não sabe dB é a abreviatura de “dos Bons”. Este ponto prévio é essencial, pois há muito boa gente que pensa tratar-se de décimas de Bel, unidade de medição da intensidade sonora… ignorantes!
Eu também tinha essa ideia (errada) mas felizmente um amigo meu (a que chamarei “Pedro”, por forma a proteger a sua identidade) elucidou-me. Possuidor de um Ford Fiesta 1.25 TECHNO, cujas capacidades dinâmicas superam todo e qualquer carro com cilindrada até 1600 cm3, alertou-me para o seguinte: no livrete da sua viatura está especificada a potência do veículo (75 cv) e, logo a seguir, consta um item denominado “Anotações Especiais” que está preenchido com “78dB”… que é como quem diz “o carro não tem só 75 cavalos... tem 78, dos Bons!”

terça-feira, abril 5

Frase do ano

Passam apenas cinco dias do mês quatro do quinto ano do terceiro milénio (que confusão!) mas para mim algo já está bem claro: a frase do ano!
Tenho pena de não ter conseguido captar o nome do filósofo que a disse, recordo apenas a emoção nos seus olhos e a firmeza das convicções.
“Todos” estamos de luto depois da morte do “Santo Padre” mas nem os que mais sofrem neste momento de “tragédia mundial” conseguem adoptar posição tão radical, devota e auto-flagelante deste verdadeiro “Neo-Cristo”. Lá vai:

“Associamo-nos à morte do Papa”

Em defesa do merceeiro

Em defesa do tradicional merceeiro português ergo os meus dedos e teclo neste keyborad Logitec!
Todos parecem brincar com as contas de merceeiro, malvados! Fiquem sabendo que esses senhores, na casa dos 60, possuidores de pêlos proeminentes nas fossas nasais, camisa aos quadrados e com óculos de massa grossa, sabem a matemática como ninguém. Operações de somar, subtrair, multiplicar e dividir são o seu dia a dia (com excepção talvez da segunda). E mais, ao contrário das meninas da Zara que, para tirarem 20% ao preço de uma malhinha decotada de meia-estação recorrem ao -20% de uma máquina de teclas gigantes, multiplicam por 0,8!
Por isso, da próxima vez que pensarem sequer em fazer troça desta prestigiante profissão reflictam um pouco: ainda se lembram de quanto é 8x7 ou 9x8? Não vale usar a calculadora!