Natal, tragédia

Missão “compras de Natal 2008” oficialmente cumprida. Desgastado pelo esforço, falido e descontente com os negócios efectuados, já faço parte do grupo de energúmenos que agendam as aquisições natalícias para as vésperas da consoada. Resta-me apenas um último degrau na escadaria da patetice, juntar-me à classe hardcore dos que se preparam para invadir o centro comercial às seis da tarde de amanhã.
Se há alturas em que lamento imenso não ter toda a família reunida e bem colada aos assentos do autocarro que se eclipsou na ponte de Entre-os-Rios, esta é certamente uma delas. Evitava-me, por um lado, esta correria insana e onerosa aos géneros de consumo, por outro, ter de alimentar o RSU da Conceição Sameiro Antunes com as inutilidades que vou recolher no “sapatinho”.
Antes de me retirar para o maravilhoso mundo das frutas cristalizadas e familiares obesos, aproveito a oportunidade para desejar um feliz Natal a cada um dos seis infelizes que abrirão uma das caixas “Ferrero Rocher - 2 andares” que acabei de embrulhar com as sobras de papel do ano transacto (esta generosa oferta já era um clássico quando o Benfica jogava na Liga dos Campeões).

Nada a declarar

Estava certo que este dia chegaria mais tarde ou mais cedo. Desde que comecei a escrever no blog, em Janeiro de 2005, que suspeitava existir um momento em que não teria qualquer tema sobre o qual divagar, à excepção de, porventura, comentar esse mesmo facto. É o que encontro precisamente a fazer neste momento.
Surpreendente é que se torna perfeitamente possível preencher linhas e linhas de texto não tendo rigorosamente nada para dizer. Ora se colocam uns adjectivos extra, ora se reforça uma ideia previamente expressa, o importante mesmo é realizar uma dissertação minimamente lógica, o que, se me é permitida a sinceridade, acaba mesmo por acontecer neste caso. Até a estrutura clássica de desenvolvimento de um artigo está a ser rigorosamente cumprida: introdução (o parágrafo anterior), desenvolvimento (o presente) e conclusão (a rematar, já de seguida).
Enfim, ainda que não exista qualquer inspiração, a transpiração literária parece mesmo ser mais do que suficiente para produzir um pequeno post.