A publicidade é uma das pragas mais assustadoras dos tempos modernos. Superou, na minha escala de ódios, os ataques cruéis dos pombos ao meu estimado automóvel.
Não me refiro à publicidade em geral mas sim, especificamente, à publicidade
spam que tem infestado a minha caixa de correio electrónico recentemente.
Por isso gostaria de deixar bem claro, de uma vez por todas, que não preciso de
Viagra, apesar de custar apenas $15. Também não quero saber de relógios
Rolex, tenho um
Camel com bracelete em cabedal que funciona lindamente e, caso falhe, recorrerei ao telemóvel para ver as horas.
Não tenciono ajudar uma criança que sofre de um raro síndrome que lhe dilacerou a face e os membros, faço até questão que morra lentamente e sofra tanto quanto eu estou a sofrer com estes e-mails de merda.
Não acredito em correntes de amizade que realizam desejos mágicos e não me caiu uma pedra em cima por não ter reenviado o último mail do género a 10 pessoas.
Sou atraiçoado diariamente pelos meus próprios amigos que me enviam coisas do género “isto é mesmo verdade”. Cães desaparecidos, crianças violadas pelo tio e pessoas espancadas pelo segurança do centro comercial são casos de polícia, vão à esquadra e façam queixa, não me entupam o correio!