Bimby

Estamos nos portais de uma nova era. Os sacerdotes da bimbalhada chegaram para pregar o novo advento da ciência.
Esqueçam o porco a andar de bicicleta, chegou a Bimby – uma espécie de Vaporetto para divorciados que reduz literalmente o trabalho de qualquer cozinheiro a zero.
Afinal, esta genial ideia de misturar uma panela com uma picadora, uma pequena resistência e um livro de receitas é verdadeiramente suis generis.
Desde as famosas Ginsu que não assistia a tanta histeria colectiva com um objecto metálico (os vibradores são anteriores às facas). Qualquer dia inventam uma máquina que lave e seque a roupa! Realmente, não se poderia sonhar com tanto por uns míseros 900€!
Estudos sugerem que o universo de bimbólicos se divide entre aqueles que já orgulhosamente introduziram o pénis no orifício dos legumes e aqueles que o irão tentar brevemente.

Fiquem certos, a única Bimby "faz tudo" que alguma vez entrará em minha casa será um stripper búlgara...

Ai, ui!

Estou a escrever este post sentado na sala de espera de um hospital. É talvez o ambiente mais produtivo para a inspiração literária de qualquer blogger. Aqui, tudo acontece.
Assisti ainda há 2 minutos a senhora exaltada berrando para o Securitas: “O meu filho não é nenhum cão, deixei-no entrar! Eu vou aí dentro e faço um escândalo”. Um escândalo maior do que este? Não acredito...
Os avisos sonoros do próximo paciente são feitos em todas as línguas menos em português. Já ouvi a chamada em ucranianio, crioulo e castelhano, resultado certamente da falta de médicos e pessoal auxiliar nacional.
A sala está à pinha, curiosamente ainda não vi sangue as pessoas parecem-me bastante espevitadas. Tenho sede, mas recuso-me a pagar por água num espaço de saúde. Se sofrer uma desidratação forte, finjo-me de morto e depois vão mesmo ter de me dar de beber.
Com um pouco de sorte pode até ser que seja algaliado por uma enfermeira suíça mamalhuda, mas o mais certo é ser uma estagiária desengonçada (e sem paciência para os meus fetiches) a tratar-me da saúde.