segunda-feira, março 28

O pedido mais gay de sempre

É certo que o lobby gay invadiu decididamente o universo quotidiano. A sua influência é poderosa na política, nos órgãos de comunicação social, na Casa Pia, na Maçonaria e na generalidade dos sectores da sociedade portuguesa. A Love Parade, o vestuário, a voz e a postura física (além da extrema sensibilidade anal e gosto fálico apurado) eram, pensava eu, as únicas formas em vigor de manifestação da nobre arte de fazer panelas. Pelos vistos estava errado. Atente-se ao que se passa na restauração… não é que outro dia, enquanto aguardava pacientemente a minha vez na fila do bar da faculdade, escutei o seguinte pedido (que classifico como o “pedido mais gay de sempre”):

“Por favor, queria meia torrada com pouca manteiga e um quarto de leite vigor, magro e morninho”

domingo, março 20

And the winner is:

Muito se tem falado e escrito sobre os Óscares, a célebre cerimónia anual que premeia os melhores do cinema: melhor actor; melhor actriz, melhor realizador, melhor filme, só para citar alguns.
O que me parece é que as categorias actuais são maçadoras e desadequadas... sugiro a introdução das seguintes:
- melhor sequência de pontapés rotativos
- melhor decote
- melhor salto de comboio em andamento
- melhor recuperação do estado de coma profundo
- melhor performance de ceifeira agrícola até 6 toneladas
- melhor tiro de beretta a mais de 20 metros
- melhor destruição de mini-mercado por gang violento

terça-feira, março 15

Aprendendo a contar

Sempre pensei que o método mais eficiente para contar fosse o método clássico, ensinado na instrução primária, que consiste em transformar toda e qualquer operação matemática num lanche com frutas e bolos.

“O Rui tem quatro laranjas, dá duas ao Bruno, com quantas fica?”

“O Pedrinho faz anos e convidou três amigos para a festa. Se cada um comer duas fatias de bolo, quantas terá o Pedrinho que cortar?”

No entanto estava perfeitamente enganado pois, quando entrei outro dia numa casa de ferragens, aprendi algo que me guiará eternamente o cálculo mental.
O dono da loja estava atarefado a contar parafusos. Assim dizia: “dois, quatro, seis, oito, dez…” – contava os parafusos dois a dois.
Perguntei-lhe o porquê de tal método e ele explicou-me que assim contava 2 vezes mais depressa. Ainda indaguei no sentido de proceder a uma contagem da seguinte forma: “três, seis, nove, doze...” por forma a contar 3 vezes mais rápido… O senhor olhou para mim, sorriu e disse: “Não resulta”.

domingo, março 13

O código Davidji

Maria Madalena, um dos elementos centrais do já afamado Código Davinci, foi marginalizada pela igreja católica durante séculos… qual seria o verdadeiro motivo desse repúdio? Qual era o problema que JC tivesse uma namorada, talvez fosse até uma maneira de combater a onda gay que tem varrido o nosso mundo. Convenhamos que barba e cabelo comprido não dão lá muito bom aspecto, mas ao que dizem o Salvador tinha um paleio tal que qualquer mulher se ajoelhava facilmente!
Note-se que, embrenhados na leitura de tão erudito livro, quase nos esquecemos da origem depravada e suja da nossa prezada heroína (em bom português “era uma grande puta”). Como se não bastasse, era participante activa em shows de strip em bares locais e até tinha entrado numa pequena produção erótica israelo-libanesa sobre os jogos no Coliseu romano, denominada “O Glandeador”. Na verdade o seu nome não era Maria Madalena mas sim Maria Josefina, porém o seu agente disse-lhe que, para singrar no mundo da pornografia, o apelido tinha de começar pela mesma letra do nome próprio (Jenna Jameson, Briana Banks, Sylvia Saint).
Enfim JC, se conseguiste sem pagar e sem ninguém ficar a saber, acho que mereces ser louvado!

terça-feira, março 8

Manifesto pró-itálico

Qual é o propósito deste post? É simples, estou a lutar contra a discriminação de que o itálico tem sido vítima, desde a criação do Microsoft Word. Sim, julgam que é fácil serem escritas páginas e páginas de texto, criações eruditas, relatórios, monografias, sem a existência de uma única palavra em itálico???
Tio Bill, por favor, na próxima versão do teu editor de texto coloca o itálico seleccionado por defeito, para alertares o mundo do perigo da sua extinção.
Logicamente que o bold se irá zangar… pretende igualmente o seu espaço mas, infelizmente, o racismo está também presente na informática, e o direito do bold à autodeterminação ou autonomia alargada terá de esperar…

Velhos são os trapos

Um familiar meu, que passaremos a designar por A (para ocultar a identidade do tio Adriano), senhor pacato e educado, homem calmo e prestável, qualidades moldadas pelas suas 82 Primaveras, dirigia-se numa manhã de Domingo para a missa. Junto a ele parou um carro com dois jovens prontos a fazer troça do meu caro parente.
“Onde mora o Caralho?” – perguntou o ordinário que seguia no “lugar do morto”.
“Desculpe, não entendi” – respondeu A, pensando ter ouvido mal.
“Onde mora o Caralho?” – voltou a parodiar o pirralho.
Eis que, qual Charles Bronson do terceiro milénio, o nosso guerreiro A retorque:
“Mora no teu cu, cabrão!” e junta a estas palavras ásperas e merecidas um soco digno de atordoar o Mike Tyson, rebentando a frágil cartilagem do nariz empinado do engraçadinho.
Ala que se faz tarde, o carro arranca desvairado e com o olfacto de um dos ocupantes afectado por uns tempos…

sábado, março 5

Galão vs Meia de Leite

Uma das coisas que sempre me intrigou foi a coexistência do Galão e da Meia de Leite nos cardápios dos “snack-bares”, pastelarias e restaurantes que servem pequenos-almoços. Afinal o que é que os diferencia?
Uma resposta precipitada dirá: “tamanho”. Em termos meramente volumétricos a vantagem do galão é muito pequena o que destrona a priori este argumento.
Pois então faça-se luz: a chávena da Meia de Leite possui um acessório fundamental: a pega. Sim, ela é muito útil quando o leitinho vem bem quente. Pude comprovar outro dia que, enquanto comia “a seco” o meu “caracol”, soprava e desesperava até que o galão apresentasse temperatura satisfatória, uma senhora mesmo ao meu lado regalava-se com os prazeres de uma bem tirada Meia de Leite de máquina…
Não sejamos radicais, o galão pode continuar a existir, já nos proporcionou deliciosos momentos de deleite (e de leite).
Em resumo, se você quer leite com café bem quente adira à Meia de Leite, caso contrário, terá sempre o fiel galão e sua colher “esticadinha” prontos a receber e dissolver dois pacotes de açúcar “Buondi”.

terça-feira, março 1

“Olhe, desculpe, não me dá uma informação?”

Bem sei que a pergunta pode estar mal formulada, quiçá até em termos semânticos, mas penso no entanto que qualquer um de nós, digno representante do afamado povo luso de “bons samaritanos”, a entende perfeitamente e está ávido por dar uma resposta à altura.
A situação é a seguinte: parado num semáforo, ansioso por descobrir a localização do edifício dos Correios numa cidade desconhecida e hostil… a vítima é escolhida ao acaso e a pergunta formulada segundo os cânones clássicos: “Olhe, desculpe, não me dá uma informação?”. A presa, afável, prontamente replica: “É claro, amigo”.

“Diga-me por favor onde ficam os Correios”

“Ora então é assim: o amigo está em sentido errado, vai ter de dar a volta lá em frente… depois segue sempre a direito passando até ao lado de uns prédios amarelos altos e novos junto ao Centro de Saúde. Continua sempre até chegar a uns semáforos… antigamente dava para ir para os Correios virando à direita mas agora não porque cortaram a passagem para a rotunda do repuxo. Portanto vira à esquerda. Segue uns 3 minutos até passar o Carrefour e depois não é na primeira, não é na segunda, na terceira dá mas é mais complicado, vira na quarta à esquerda… desce até ao fundo e “há-de” ver uma estátua em pedra muito bonita que até foi mandada fazer pela anterior autarquia, há até lá um café que tem uns matraquilhos porreiros e uma mesa de snooker que, embora esteja um pouco estragada, vai dando para os gastos… os Correios são mesmo ao lado”.

Ai, se eu tivesse a Quina…

Duque, Terno, Quadra, Quina, Sena, Manilha… o vocabulário trazido pelos jogos de azar para descrever cartas como o 2, 3, 4, 5, 6 e 7 (respectivamente) está entranhado nos meus ouvidos.
No entanto, o que realmente aprecio quando me bato numa cartada de meia-noite à “moda antiga”* é o que se passa após cada round. Aí, a discussão aquece, quando a parelha derrotada começa com as suposições:

“Se em vez do Rei de Copas tens jogado a Quina de Ouros ele tinha cortado apenas com o Terno e assim não me papava o Valete de Trunfo…”

“Épá não podia! Depois não ficava seco a Copas! Assim, pude baldar a Manilha quando foi a segunda puxada de Paus”

Delicioso!


* ver post Cartada de meia-noite à “moda antiga”

Cartada de meia-noite à "moda antiga”

As principais características inerentes a uma cartada de meia-noite à "moda antiga" são:
- existência de 4 elementos do sexo masculino (designados por jogadores)
- tem de passar, pelo menos, 15 minutos da meia-noite
- o jogo decorre numa casa desabitada
- regista-se a presença de cinzeiro cheio de beatas
- mantimentos: cerveja, cajus / amêndoas torradas
- uso de cartas “gastas” ou de cariz pornográfico
- emprego constante de frases másculas e de conteúdo impróprio para menores (foda-se, joga caralho!)
- coçar alternado da zona escrotal por cada um dos elementos do grupo de forma lesta e precisa
- um relógio de parede que, ao invés de marcar as 3 horas da manhã, marca directamente 5
- um elemento do grupo predisposto a brindar os restantes com flatulências
- uma mesa de jogo em madeira, sem toalha e aprimorada por uma mancha de lata de cerveja
- um bloco A5 ou folhas de papel de dimensões reduzidas para marcação de pontuações de jogo onde constam, em páginas contíguas, anotações do número de telemóvel de raparigas promíscuas e lista de aquisições para o sistema áudio do automóvel.