sábado, novembro 24

Segurança rodoviária

A segurança rodoviária está na ordem do dia. As mal desenhadas estradas portuguesas são afinadas máquinas de ceifar vidas. Ou isso, ou temos demasiados condutores alcoolizados, ziguezagueando em contramão nos limites da centralina.
Desde o fatídico acidente na A23, responsável por levar mais depressa para junto do Senhor 13 devotos velhinhos que regressavam de Fátima, que não se fala de outra coisa. Agora, um tipo fura o pneu na estrada municipal para Vale Cavala e é capa d’O Público no dia seguinte.
Aparte destas piadolas sarcásticas, encontro-me verdadeiramente preocupado com o estado da condução (e já agora, porque não dizê-lo, com a condução do Estado).
A caminho do meu local de trabalho passo diariamente por dois posters gigantes da Cláudia Vieira em lingerie. Se ao cruzar o primeiro ainda estou meio a dormir, no segundo já vou de olhos bem abertos e de erecção iniciada. Façam o favor de tapar a senhora ou de substituir o cartaz por um daqueles apocalípticos desabafos do Louçã, pois corro sérios riscos de me enfaixar no separador central.

segunda-feira, novembro 19

Aí vem o “mau tempo”!

Fico estupefacto com os estereótipos existentes para enquadrar as previsões meteorológicas. Convencionou-se que calor é sinónimo de “bom tempo”, sendo frio e chuva catalogados como “mau tempo”.
Estranhamente o “bom tempo” tem estado associado a fenómenos menos agradáveis: os incêndios, os velhinhos a tostar no Alentejo e as crianças desidratadas são acontecimentos que não ocorrem durante o “mau tempo”; a seca e o cancro de pele também não; as repartições e serviços fechados, igualmente.
Venha de lá então essa pluviosidade descontrolada e a brisa do Pólo Norte, pois estou ansioso pelo regresso do cacau quente e da lareira a crepitar.

quarta-feira, novembro 7

Bolsos cheios

O momento em que chego a casa depois de uma jornada de trabalho é marcado pela rotina de remover dos bolsos tudo o que acumulei durante o dia: chaves diversas, leitor de mp3, pen drive, painel do auto-rádio, telemóvel, carteira, porta moedas, cartão do parque e da empresa, lenços de papel (caso esteja constipado), panfletos das testemunhas de Jeová, etc.
Recuso-me liminarmente a adquirir um GPS pois, apesar de andar perdido nas estradas lusas que nem “o filho de uma puta no dia do pai”, já não tenho bolsos onde guardar mais tralha. Preciso de uma pochete!