domingo, julho 29

O defeso

O defeso é a altura de maior tiragem dos diários desportivos nacionais. Não admira, são utilizadas as capas da imprensa com os esquemas tácticos para a época que se avizinha ou a foto-montagem de um número 10 de craveira envergando as vestes do nosso clube.
Dou por mim a abrir o site do Maisfutebol 3 vezes ao dia no local de trabalho, ansiando pela notícia de que o Sporting conseguiu finalmente contratar um lateral esquerdo. O jejum do futebol está quase a acabar e até as “peladinhas” nos treinos servem para vibrar.
Os reforços chegam para animar os corações esperançosos dos adeptos. No aeroporto da Portela, uma carrada de jornalistas aguarda as parcas declarações dos craques: “venho para fazer muitos góus” diz um “centroavante” corpulento proveniente do Corinthians Alagoano, ao lado da sua esposa (que mais parece ter saído directamente do Passerelle).
A apresentação dos novos equipamentos gera igualmente reacções exageradas. Com os trapos novos a equipa está decididamente imbatível.
Permitam-me o chavão popular: joguem à bola!

quinta-feira, julho 19

Mitos Urbanos, parte III – A misteriosa morte de Carlos Paião

Este talvez seja mesmo o maior mito urbano de todos os tempos: Carlos Paião foi enterrado vivo! Esta idiotice consegue quase atingir o ridículo do célebre boato de que a vocalista das 4 non Blondes – Linda Perry – tinha perecido. Curiosamente, um ano depois dessa mentira eclodir, a senhora veio a Portugal realizar um concerto. Isto há defuntos bem mexidos...
Infelizmente Carlos Paião está mesmo morto, nem mesmo a maior cabala conspirativa o consegue ressuscitar. Porém, argumenta-se que, aquando da trasladação dos ossos, o corpo se encontrava virado e o caixão arranhado. Será de todo improvável o senhor ter sido enterrado de barriga para baixo e o coveiro entusiasmado a pregar as dobradiças da urna?
Pela minha parte dou o caso como encerrado mas, à cautela, conservemos este boato em banho-maria. Mais vale um Carlos Paião burried alive que um Elvis vivo e na Jamaica.

domingo, julho 8

Mitos Urbanos, parte II – Os CDs pirata e a GNR

O segundo mito com que vos brindo é a já recorrente ideia de que os polícias nos mandam parar, vistoriando seguidamente o porta-luvas do nosso carro em busca de CDs pirata. Quando encontram tais elementos e não estamos munidos os talões de compra, comprovativos da legalidade da nossa orquestra ambulante, somos sujeitos a uma pesada coima e a uma noite de humilhação nos calaboiços da GNR.
Alto aí, ainda não vivemos no “far Oeste”. Felizmente, nem tudo o que circula nos e-mails é verdade.
Mesmo que tal vistoria pudesse hipoteticamente verificar-se, com maior probabilidade o polícia nos pediria para fazer uma cópia do material para seu uso pessoal, que nos mandaria algemar e levar para a esquadra.
Não se ralem com a pilha de discos de origem duvidosa que transportam no vosso carro, preocupem-se é se estiverem a conduzir sob o efeito do álcool e em contramão na A2, com o porta-bagagens atestado de heroína. Isso sim, pode provocar alguns problemas.

domingo, julho 1

Mitos Urbanos, parte I – As casas-de-banho do Colombo

Nos próximos 3 posts irei exumar outros tantos cadáveres, que é como quem diz, 3 mitos urbanos que poucos ousam contestar.
O primeiro deles é o das casas-de-banho do Colombo. Não sei quem iniciou esta conspiração, mas conheço várias pessoas que juram a pés juntos que os WCs dessa superfície comercial são local central de uma rede de tráfico de órgãos.
Ao que consta, um pessoa entra nos lavabos e é imediatamente cercada por meia dúzia de encarapuçados, um dos quais munido de um pano embebido em clorofórmio, que nos deixa KO por algum tempo. Quando acordamos, estamos sem rins numa banheira cheia de gelo.
Meus caros, as casas-de-banho do Colombo, longe de serem o local mais seguro de Portugal, são espaços por onde passa muita gente e por isso pouco propícios a essas patranhas. Para mais, existem seguranças e diversas câmaras nos corredores contíguos que facilmente desmascarariam sinistro esquema. Por isso, fiquem calmos e urinem à vontade.