terça-feira, julho 26

Frases feitas

O discurso corrente está decididamente atulhado em frases feitas. Quando nada de interessante há para dizer, quando a originalidade do discurso falha, quando não podemos errar... Quem nunca ouviu dizer “As coisas são o que são” ou “A pista estava nas condições em que estava” ou mesmo “O Benfica é o Benfica!”? O que mais me surpreende é que ninguém se insurge contra estas gritantes redundâncias... Estranho seria se “As coisas não fossem o que são”, “A pista não estivesse nas condições em que estava” ou que “O Benfica fosse o Sporting” (livra!).

terça-feira, julho 19

Grandes Mistérios da Humanidade

Dediquei grande parte da minha vida a enumerar os Grandes Mistérios da Humanidade. As perguntas, em geral, são fáceis de encontrar… o problema são mesmo as respostas!
- Porque é que os ciganos dizem “Ai” no começo de cada frase?
- Porque é que a Lipton não chamou “Iced Tea” ao “Ice Tea”?
- Quem é o pai da Mariana?
- Porque é que dizemos que o pão é fresco quando acaba de sair do forno?

No entanto, para o penúltimo enigma citado, tenho um bom palpite: João Manuel Pinto.

terça-feira, julho 12

Inclinações

Desde há muito que me questiono sobre a horizontalidade. Cada vez as minhas dúvidas se agravam mais…

“O central Beto subiu até à área contrária para cabecear com perigo”.
Ora se subiu significa que o campo estava inclinado, e contra o Sporting… eu já desconfiava!

“Vais levar o comercial quando fores lá abaixo a Loulé?”.
A questão é plagiada dos ditos comuns de uma corrente que procura provar que “O Norte é para Cima”, teorema que tem como corolário “O Sul é para Baixo”. Quem o conseguir demonstrar será decerto galardoado com o prémio Nobel da Física, por corrigir um erro de 90º na anterior “aproximação” da direcção da aceleração gravítica.

terça-feira, julho 5

Morte aos Pombos!

Cheguei a casa tarde, ensonado e com vontade de estacionar o carro perto da porta. Os melhores lugares estavam tomados, azar! Dei uma volta ao quarteirão… havia um “espacinho” de esguelha e outro debaixo de uma árvore. Decidi usar prudência optando por não parquear ali. Fui-me então afastando, prosseguindo a minha busca frenética … 15 minutos depois encontrei o lugar perfeito: sem árvores, bom asfalto e um BMW de cada lado (se estacionarmos entre viaturas de alta gama evitamos riscos nas portas, pois os donos são geralmente ultra-cuidadosos). O único inconveniente era estar a quase 1 km de casa. De qualquer modo dei o esforço como bem empregue, pois vale tudo para proteger o “vermelho-Ferrari” do meu estimado Ibiza, re-pintado há menos de um ano.
Quando na manhã seguinte me abeirei do carro quase ia desmaiando. Ao que parece um condor de dimensões épicas tinha despejado o conteúdo dos seus intestinos podres no vidro, ilharga e puxador da porta esquerda. “Mas ca ganda filho da puta!” – rosnei, entre dentes. Mais uma vez a velha Lei de Murphy voltou a prevalecer.
Vivemos num mundo curioso… ostracizamos ratos, baratas e carraças mas esquecemo-nos de quem se está literalmente a cagar para os nossos automóveis. Morte aos Pombos!