Mestrado em “Declarações pré-jogo”

Os profissionais de futebol de equipas com menos de 40 pontos no final da Superliga Galp Energia (também conhecidos na gíria como “jogadores dos clubes pequenos”) são cidadãos letrados, que apresentam não só licenciatura como diversas pós-graduações…
Destaque-se o Mestrado em “Declarações pré-jogo”. Este inclui formação completa na arte de responder às difíceis questões colocadas pelos representantes da comunicação social. Tome-se o exemplo:

Pergunta: “O que espera do próximo jogo no Dragão, contra o Futebol Clube do Porto?”
Resposta: “Bem, sabemos que o Porto é um adversário difícil, está ferido no seu orgulho após o jogo passado, trata-se do campeão em título e tem jogadores que de um momento para o outro podem desequilibrar... mas nós também temos o nosso valor, encaramos o campeonato jogo a jogo, trabalhamos de forma séria para que Domingo a Domingo possamos* alcançar os nossos objectivos. Tem-nos faltado a estrelinha da sorte nos últimos jogos e temos também sido escandalosamente prejudicados por arbitragens habilidosas… O que posso dizer é que vamos ao Dragão lutar pelos três pontos sem receios, defendendo quando não tivermos a bola e atacando quando a tivermos, jogando taco-a-taco com o nosso adversário.”


* é também usado o vocábulo “póssamos”, nesta situação

Bingo!

O Bingo é, em teoria, a actividade de lazer mais interessante a seguir à famosa caça ao gambuzino. Recentemente, numa passagem por um dos antros de perdição (com finalidade unicamente de estudo comportamental), pude comprovar que a SORTE e o AZAR não existem, é tudo uma questão de estratégia!
Assim:
- Mudar constantemente de mesa de jogo
- Mudar a simbologia de risco no cartão
- Esfregar o cartão na mesa
- Colocar o cartão debaixo do traseiro (antes de iniciar a jogada)
- Mudar de caneta
são comprovadamente métodos que resultam!

A estes processos tive a ousadia de acrescentar os seguintes (ainda não testados!)
- Palitar os dentes com os vértices do cartão
- Anexar uma secreção nasal aos números que vão saindo ao invés de usar a caneta
- Passar o cartão nos seios de uma senhora avantajada, qual Mastercard!

Restaurantes, parte II

Os empregados de mesa são inquestionavelmente um espécime altamente evoluído e caso de estudo interessante do humor pseudo-intelectual…
A sua aparência física destaca-se do comum dos portugueses. O bigode outrora ombreou com o do taxista, mas as más línguas e alguma reflexão conduziram à sua supressão. Porém, este “animal” é facilmente reconhecido pelas seguintes características:
- Esfrega constantemente as mãos quando comunica com o cliente (será que tem frio?)
- Os seus vocábulos são inundados pelo sufixo “inho” e afins, como é o caso das “batatinhas” do “suminho” ou da “continha” (eu até já ouvi “vinhinho”, o que no mínimo soa a comportamento manifestamente homossexual”).

Quando os pontos anteriores estão dissimulados resta atentar na indumentária que caracteriza o simpático garçon. A camisa branca, desabotoada, alberga sobre o ombro um lenço branco, divisa de general…

Restaurantes, parte I

É por todos nós conhecida a clássica sobremesa: “Doce da Casa”. Acontece que, qualquer que seja o restaurante em questão, a misteriosa sobremesa figura no cardápio, lado a lado com a “Taça Mozart”, “Bombom Estrela”, “Doce da Avó” ou a dupla imbatível “Copo Brasil / Copo Europa”. Ora, até ao presente momento, era por todos nós desconhecido o conteúdo (leia-se: ingredientes) da sobremesa supracitada.
Porém, o nosso tormento termina hoje. Eis que é facultada a constituição da sublime iguaria:

Essencial:
- Natas
- Leite condensado
- Café
- Bolacha

Acessório:
- Pêssego em calda
- Cereja no topo

Por favor, não me quero sentir culpado… continuem a pedir este docinho, façam de conta que não sabem o segredo! (livrem-se de experimentar em casa, eu já tentei e não fica bem!)

A salvo no WC

São, por todos os homens, conhecidas as condições deploráveis de lavabos, sanitários, WC’s e casas-de-banho deste país de mijões.
Eis algumas dicas que nos impedirão de contrair herpes e afins:

- Evitar contacto manual com tampas de sanitas e botões de autoclismos.
Solução: usar os pés! Zás!

- Não tocar em qualquer torneira!
Solução: procurar aquelas que ficaram abertas; “sacrificar” a manga da camisa... Trás!

- Nunca tocar na maçaneta da porta do WC (caso exista)!
Solução: esperar que alguém entre ou saia… Pás!

Refira-se que o ideal é usar aquelas casas-de-banho recentes, onde os sensores nos impedem de entrar em contacto com os referidos itens.

Génesis, adaptado

No princípio, David criou o Blog. O Blog era informe e vazio. As trevas cobriam o abismo e o Espírito de David movia-Se sobre a superfície da Web. David disse: "Zás Trás Pás".